segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Memórias: Age of Empires

Para meu relato sobre jogos, decidi dividir isto em duas partes, a primeira parte, relatando minha experiência com o jogo em questão e a segunda, mais formal, o review do jogo tratando tudo que eu penso dele, como existem centenas de sites de reviews de jogos espalhados na Internet, achei mais interessante dar maior foco às minhas impressões pessoais, memórias e entrar neste ambiente nostálgico, creio que caso você também conheça este jogo de longa data, com certeza suas memórias também virão à tona ao ler este relato..

Agora vamos lá...

Nos anos 90, em plena era da Internet discada, a melhor maneira de obter os mais novos programas que iam surgindo e se informar sobre as novidades da informática era através de revistas especializadas, uma em particular, a Revista do CD-Rom, que possuía um maior foco na distribuição de programas gratuitos e versões demo de programas pagos era uma das que a gente adquiria com maior frequência.


Uma das edições dela, em particular, a edição 42, continha a versão demo do Age of Empires - The Rise of Rome, o pacote de expansão do primeiro Age of Empires, após ter lido sobre o jogo, e os belos gráficos (pra época) me fizeram instalá-lo...
Uma das telas do navegador do CD da revista com o demo do Rise of Rome (RoR), infelizmente, não tenho mais as revistas para escaneá-las e dar um exemplo.
Como infelizmente a revista não explicava direito como o jogo funcionava, tive que me virar e entender aquilo tudo, afinal de contas, eu nunca tinha jogado um RTS antes, minhas únicas experiências com jogos para PCs eram jogos FPS (tiro em primeira pessoa) e simuladores de vôo. De cara, só controlava as unidades e claro, facilmente era derrotado pois não sabia como gerenciar a sua civilização no jogo... mas quando comecei a entender, aquilo para mim era sensacional, apesar de conter apenas uma campanha de demonstração com 3 cenários que você controlava os cartagineses contra os romanos nas guerras púnicas, ainda assim me entretia muito e já havia me decidido: se o jogo mesmo com essas limitações era sensacional, imagina então sua versão completa? Eu estava decidido a adquirir aquele jogo... mas novamente, eu não sabia que por ser uma expansão era necessário possuir o jogo original, mas no final das contas, tudo se acertou e finalmente tinha a versão completa...

 Finalmente, eu ganhei o Age of Empires de presente, e putz, aquilo pra mim era sensacional, a arte da capa, dos manuais, e principalmente...

Árvore tecnológica do AOE 1
 A árvore tecnológica! Nunca tinha visto algo parecido antes, quando olhava praquilo, um encarte ilustrado que mostrava perfeitamente como o jogo funcionava, não tirava aquilo do lado quando estava jogando e quando cheguei ao jogo de fato... a trilha sonora, todas as outras civilizações, e principalmente, o criador de cenários. Era uma liberdade impressionante que o jogo oferecia, não só modos de jogos totalmente personalizáveis (jogos de mapa aleatório) como também a liberdade de você criar seu próprio cenário de jogo, tinha épocas que eu passava horas e horas só no criador de cenários, a liberdade, guarde bem leitor, pois será algo que levarei com muita importância no review posterior era o que mais me atraía neste jogo, na época, pouquíssimos jogos ofereciam um programa para você criar seus cenários, e mesmo aqueles que ofereciam, não eram tão user-friendly como o editor do AOE.

Editor de cenários do Age of Empires
Tava tudo muito bonito e tudo mais, porém... cadê os romanos? Era exatamente essa a propaganda do Rise of Rome, eu o vi para comprar diversas vezes na época, porém, infelizmente, esse nunca me acompanhou até em casa, até hoje gostaria de ter esse jogo pra completar minha coleção. :\

O que me faz pular para o segundo jogo da série, que infelizmente a versão demo dele só aceitava jogar em 1024x768 e meu excelente monitor tubão de 14" só ia até 800x600... daí, a minha chance de experimentar a segunda versão do jogo foi adiada somente para o dia que ganhei ele de presente...



Quando o dia finalmente chegou, novamente me surpreendi, a arte continuava impressionante, o manual conseguiu superar, e ser extremamente longo, adicionando inclusive alguns dados históricos que no primeiro jogo só se encontrava presente na versão digital do manual, e novamente, os detalhes da árvore tecnológica (que também estava disponível em formato digital) continuaram me chamando a atenção.

O jogo conseguia ser ainda melhor que o primeiro, com gráficos mais realistas, com seus edifícios em sua devida proporção (nada mais de cavaleiros sendo maiores que um prédio igual no primeiro jogo), muralhas com portões (finalmente) e cenários de campanha com uma história mais interativa do que o simples texto apresentado antes das missões como era no primeiro. O novo modo de jogo de regicídio foi o primeiro que experimentei, apesar de mudar pouca coisa em relação ao jogo de mapa aleatório (RM), gostei da mudança, bastante conveniente considerando o tema medieval do jogo e o aumento do limite populacional para o padrão de 75 unidades em vez de 50 foi muito bom, e mesmo no modo single pode aumentar para até 200 unidades com certeza foi apreciado por todos, afinal, creio que não existia jogo multiplayer diferente disso, e por falar em multiplayer...

Como possuía maior destaque do que no primeiro jogo, finalmente experimentei a MSN Gaming Zone, o serviço de jogo online do Age of Empires e entre tantos outros títulos suportados pela Microsoft, e como era confuso... ainda bem que hoje em dia o sistema online é integrado ao próprio jogo. Em finais de semana (lembre-se, conexão discada!) eu ia lá me aventurar pela Zone, e putz, como eu jogava mal. Acostumado com adversários controlados pelo computador, eu estava totalmente despreparado para aquilo, porém, apesar de perder muitas partidas, a Zone foi uma experiência agradável que conseguia me divertir sempre que eu entrava nela.

Uma das salas da Zone, com o jogo Ants!, outro jogo que eu gostava muito, mas isso é outra história...
Por amigos fiquei sabendo que também existia uma expansão para o segundo jogo da série, o The Conquerors, e vou te dizer hein, esse jogo foi muito difícil de ser encontrado para comprar, porém, eu já havia experimentado ele antes, e considerei uma adição interessante ao jogo original, quem pensaria que os Astecas e Maias iriam ser algumas das novas civilizações do jogo? Ainda mais, os mapas com neve tem um visual legal e quanto à liberdade do jogo, outra coisa que me puxou atenção foi a adição de vários novos modos de jogo (muito pouco jogados, devo dizer, pessoal queria mesmo é saber de DM, RM e cenários personalizados, até o jogo de regicídio não era muito popular entre os jogadores). Enfim, ele adicionou muito mais recursos novos ao jogo do que o Rise of Rome fez com o AOE1 e esta versão é considerada por muitos o melhor jogo da série, que eu concordo plenamente.

Agora, como eu pretendo focar mais especificamente na série Age of Empires, vou pular o spin-off Age of Mythology e ir para o ano de 2005, quando o Age of Empires 3 foi lançado.

Desde os primeiros trailers e fotos que eu vi do jogo me impressionaram bastante, e era inevitável que na época o AOE3 desse seu pulo para a terceira dimensão. A tecnologia do momento em jogos era a simulação mais realista de efeitos da física, e a demolição das construções sendo bombardeadas por canhões era algo incrível, muuuuuuuuito mais atraente do que os prédios pegando fogo (vários sprites de chamas em volta do prédio) como era nos 2 primeiros jogos, a espectativa era grande. Pensando na idade moderna, com certeza lembra-se de enormes batalhas com soldados com mosquete, grandiosas batalhas navais e tudo o mais. Porém eles anunciaram que o jogo teria foco na colonização com uma versão romanceada do que de fato aconteceu... até aí faz sentido, controlar cidades já extremamente povoadas não seria muito interessante num Age of Empires, porém, quem jogou a campanha do segundo jogo, via que mesmo alguns cenários com grandes cidades, ainda assim o jogo continuava interessante e não perdia a sua essência.

Agora vamos à data de lançamento do jogo, uma coisa que me decepcionou como a versão de colecionador veio extremamente capada em relação à versão de colecionador do exterior, ela vinha apenas com um CD, cuja maior parte do conteúdo podia ser baixado do site oficial, apenas algumas coisas não se encontravam, como um poster do jogo em versão digital e o manual em PDF da edição de colecionador. Por falar em manual, estranhei como a parte que conta as novidades mal enchia 1 página, ao contrário do Age of Empires 2 no qual somente isto preechia várias páginas. A árvore tecnológica continuava atraente como sempre, no melhor estilo AOE de ser.

Sobre o jogo, não irei analisá-lo em detalhe agora para não me repetir no review, porém algumas coisas que eu tenho de dizer: Por que a campanha do jogo trata-se de uma história fictícia e não por exemplo, a era napoleônica? Eles ainda tavam com a cabeça em Age of Mythology? Por falar nisso, em um jogo sobre a idade moderna, cadê Napoleão? Os gráficos porém, corresponderam às minhas expectativas desde que joguei o demo, muito belos.

Mas, eu sinto que a liberdade que possuía nos jogos anteriores, se perdeu um pouco nesse jogo... os mapas são menores, os jogos de mapa aleatório são menos personalizáveis (eu sei que parte disso se deve por causa do sistema de cidade natal do jogo, que devo dizer, foi uma adição interessante), limite de construção, campanha menor e finalmente, menos civilizações (apenas 8) e a única civilização não-européia era o Império Otomano, coisa que foi corrigida nas 2 expansões do jogo... por fim, AOE 3 é um bom jogo, mas, a liberdade é algo que eu sempre valorizei muito nessa série, e nesse quesito este jogo pecou mais do que devia. O maior elogio que eu tenho que fazer à esse jogo é como eles conseguiram tornar as civilizações mais diferentes das outras, seja na aparência das unidades, como o próprio estilo de cada uma, sendo a Otomana a mais diferenciada de todas.

Por fim, falando brevemente das 2 expansões que adquiri juntas, The WarChiefs e The Asian Dinasties, o primeiro além de adicionar 3 novas civilizações nativo-americanas jogáveis, procurou expandir a história da campanha do primeiro jogo, nada muito a relatar fora isso. Já o Asian Dinasties adicionou os japoneses, chineses e indianos, uma campanha que foi a que mais me chamou a atenção dentre todas do terceiro jogo e alguns novos recursos ao jogo, o mais interessante é o de combinar as 2 expansões ao jogo, o que me fez gostar mais desta expansão, pois foi ele que recuperou parte da liberdade perdida no jogo original.



Agora, ainda não está faltando um jogo? Sim, o Rise of Rome! Antes de eu possuir o AOE3, um amigo meu me passou o AOE1 Gold, que continha o primeiro jogo da série e sua expansão... porém não dei muito valor na época... Mais recentemente, a revista Fullgames lançou o Age of Empires - Collector's Edition, que continha todos os 2 primeiros jogos da série com suas expansões, eu instalei e valorizei mais a expansão do primeiro, que inclusive procurei por sua trilha sonora original (em versão não-MIDI) e realmente é muito bela. O jogo, apesar de não possuir muitas mudanças, a principal, com certeza, a adição dos romanos que tornou o jogo mais completo, digamos. Os cenários da campanha possuem um grau de dificuldade mais elevado, comparável a campanha dos Yamato do jogo original.


Uma última impressão, isso é uma foto do encarte da edição de colecionador do Age of Empires 3:


Age of Empires IV e V?! Quando eu vi essa foto imaginava que eles tinham planos de completar a série, e talvez levá-la até um tempo futurista... porém, como já sabemos, a Ensemble Studios foi dissolvida e parece improvável que veremos algum dia uma continuação desta série, única coisa que surgiu é um reboot da série chamado Age of Empires Online, com um visual mais cartunesco que me lembra bastante The Settlers III, não tenho muita coisa a falar, já que nunca joguei este último jogo.

Enfim, é isso. Um resumo de minhas memórias em relação a uma das principais série de jogos estratégicos para PC, na próxima postagem irei fazer um review comparando os 3 jogos da série, espero que tenha gostado da leitura, caso você também cresceu com esse jogo, espero que tenha despertado suas memórias em relação à este excelente jogo.

Clique aqui caso queira acompanhar a segunda parte de meu relato sobre a série Age of Empires: Review: Age of Empires 

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